Canções de vidas – Algumas considerações do diretor¹

Onde houver sons, canções, haverá também alma; onde houver alma, haverá seres humanos; onde houver seres humanos, haverá destino; onde houver destino, poderá haver um filme.

Queremos, com esse filme, contemplar o mundo do “espírito”, a unidade entre música e homem. Há certas regiões, países, onde a única coisa que resta às pessoas é seu passado; mas esse passado – como se vê no filme – vale mais do que o presente ultramoderno e o suposto futuro de outras regiões. Essas pessoas contam a história do seu passado, revelam o espírito do local através da música; suas próprias histórias, as de seus ancestrais, as de suas vidas, seu passado preservado e vivido é expresso por meio da música.

O filme – que tem apenas uma hora e meia de duração – nos introduz em um mundo desconhecido. László Kelemen, músico originalmente da Transilvânia, hoje diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Hungria, localizado em Budapeste, inicia sua jornada diante de nossa câmera; descobrimos juntos um povo e sua música. A jornada gradualmente se transforma numa viagem de exploração de toda a Transilvânia, que no passado fora empreendida pelo famoso compositor Béla Bartók.


1 Tradução de Tiago Jonas.